quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Cia Fumaça

Filha do roubo
chama
pela manhã,contra o rítmo frenético
sai da caneca
e lhe faz companhia
em movimento
de harmonia



nas ruas
de escapamentos
e chaminés
acompanha
o desejo de seus pés
- e escapa-


no almoço,quase imperceptível
adorna o salgado
recheado
-que do alimento
só traz um esboço-


ao final do dia
compartilha os primeiros versos
na janela suja, que segue
de poste
em poste


na quinta estação
descortina seus olhos de cobra
em lágrimas apimentadas
sobre o sal do trabalho



e no eco noturno
do quarto
do cinzeiro
serpenteia-lhe
um poema
de tudo que não foi
seu dia

2 comentários:

Unknown disse...

Se é que me permite dizer, amo você!

Beijos, Bia!!

Unknown disse...

E continua c/ a leveza da alma de uma criança.
meu kerido eterno palhaço.

Tutu