domingo, 25 de novembro de 2007

A Cigarra e a Cigarra

Voava
com os pássaros
no Canto Geral
de uma noite



passou pela janela
o vento
e à porta
tan tan
tan tan





o que não havia percebido
é que perseguia
insistentemente em quinta
por algo

fuuuuuuuuuul
tan tan






ao abrir a porta uma pequena cigarra noturna
como que saída das páginas de La Fontaine
em meu pijama
em abraço de criança



em silêncio
pediu-me acalento




Não se preocupe
não sou formiga
vamos juntos
ler cantos
da cigarra chilena



adormeceu em meu peito
enquanto voavamos
ao som do vento



à porta
novamente
plan plan planplan





O que seria
no tapete da porta
uma grande cigarra
também pedia
pousada


em mãos dava seu som estridente


voltamos os três para o canto
seguia a grande
da mão
ao braço
do braço
ao peito
num som autoritário
expulsou
a pequenina






O que você fez
Terá que lidar com o vento
use o tapete




coloquei os olhinhos assustados mais
uma vez
para dormir
sem me dizer
se fugia do vento uivante
ou da grande estridente



Não se preocupe
durma
meu canto
também é
pequeno

Nenhum comentário: