Voava
com os pássaros
no Canto Geral
de uma noite
passou pela janela
o vento
e à porta
tan tan
tan tan
o que não havia percebido
é que perseguia
insistentemente em quinta
por algo
fuuuuuuuuuul
tan tan
ao abrir a porta uma pequena cigarra noturna
como que saída das páginas de La Fontaine
em meu pijama
em abraço de criança
em silêncio
pediu-me acalento
Não se preocupe
não sou formiga
vamos juntos
ler cantos
da cigarra chilena
adormeceu em meu peito
enquanto voavamos
ao som do vento
à porta
novamente
plan plan planplan
O que seria
no tapete da porta
uma grande cigarra
também pedia
pousada
em mãos dava seu som estridente
voltamos os três para o canto
seguia a grande
da mão
ao braço
do braço
ao peito
num som autoritário
expulsou
a pequenina
O que você fez
Terá que lidar com o vento
use o tapete
coloquei os olhinhos assustados mais
uma vez
para dormir
sem me dizer
se fugia do vento uivante
ou da grande estridente
Não se preocupe
durma
meu canto
também é
pequeno
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