terça-feira, 4 de setembro de 2007

A bolha

Feita de um material
estético
sintético
capital

nos envolve além de nossos olhos
pernas
bolsos

os que vivem no centro
desconhecem sua existência
consumidora

vidas embaladas
compra
venda
troca

pedras de um tabuleiro
em eterno jogo
sem vencedores
há porém, os que sabem de sua existência
mas estão entre
centro
e margem

tentando um equilíbrio
na balança embriagada
do consumo
da doação

ajustados ao sistema
seu único problema
o travesseiro
e não muito diferente
dos primeiros
- os que podem toca-la -
esticam
observam
vamos arrebenta-la
indestrutível



ah ah ah
é permitido que a toque
estique
reflita

pois sua elasticidade globalizada
joga no fim
o individuo
novamente ao seu lugar
marginalizadamente ferid
o

livre como um peixe-boi
em saco plástico
elástico


todos
habitantes
condenados a viver
da grama
do capitalismo

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