Sentado
frente
a um grande portão
um mendigo lamenta
a morte
de seu cão
vitorioso
chega à entrada
do reino
o imperador
e seus soldados
pára
observa
indaga ao maltrapilho
- indesejável presença -
feito de milho
o homem pobre
não pobre homem
desafia
argumenta
contradiz
- mesmo aos olhos da morte -
o poder reluzente
ao sol
em pé
a sua frente
intrigado
irritado
perplexo
diante de tal coragem
bobagem
vista
o imperador
segue seu caminho
marcando duras notas
o mendigo
sentado
percebe
a noite que
se aproxima - pois a brisa é fresca -
e o menino
hoje
não lhe trará comida
festa
na cidade
sem cão
sem comida
sem sol
só
sentado
inabalável
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