terça-feira, 4 de setembro de 2007

Olhos de menina

Não há lugar
melhor
que o nosso lar


ouvidos surdos
olhos cegos
bocas mudas
mãos
que batem

mostram o caminho
rua




na calçada
acalento materno
endurece
aquece
evapora
as lágrimas
petrificadas pela dor





anônimos passam
noite
dia
preenchem o retrato
da família




o caminho de casa
se perde
nas lembranças dos castigos




o preço da tarefa
não cumprida
embebido
nos goles
creatinos
toda urina do penico




da louça suja
colheradas frias
toda comida
estragada




no atraso do jantar
braços
punhos
couro
marcam o lembrete
no corpo




a casa
lar
no mundo
não hámelhor

Nenhum comentário: