terça-feira, 4 de setembro de 2007

Hoje luto

Do dia
hoje
amanhã

cristãos contra mouros



história de amor
inútil


não sou capaz de mulher
- há talvez –
alguma
capaz
de amar – me



tenho no peito
um hospital
de mortos
bem
mal
poeta



na casca da laranja
está o gosto
de hoje

pão
água
encosto matutino
acorda

a enterrada
assombrada
sólida solidão
feroz
onde não há eco
só um grito desvairado
voz
que emerge
do vazio
palpitante
- trágico relógio
marcador de atos -

onde os cantos
da melancolia
em prantos
expandem – se


grande
árvore
que dos frutos
alimento – me


e os que já amadureceram
desprendem – se

caem
adormecem
- silenciosamente -

monstros distantes
dos astros imortais
vegetais
animais
futuros
frutos
indigeríveis
luto
prazer

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