Do dia
hoje
amanhã
cristãos contra mouros
história de amor
inútil
não sou capaz de mulher
- há talvez –
alguma
capaz
de amar – me
tenho no peito
um hospital
de mortos
bem
mal
poeta
na casca da laranja
está o gosto
de hoje
pão
água
encosto matutino
acorda
a enterrada
assombrada
sólida solidão
feroz
onde não há eco
só um grito desvairado
voz
que emerge
do vazio
palpitante
- trágico relógio
marcador de atos -
onde os cantos
da melancolia
em prantos
expandem – se
grande
árvore
que dos frutos
alimento – me
e os que já amadureceram
desprendem – se
caem
adormecem
- silenciosamente -
monstros distantes
dos astros imortais
vegetais
animais
futuros
frutos
indigeríveis
luto
prazer
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