terça-feira, 4 de setembro de 2007

O riso partiu-se

Sentado na calçada de chapéu na mão
e olhos no chão
espera pelo riso que há tempos partiu

não se sabe porque, talvez por crescer
e deixar entender
que de início podia estar escondido
no encontro da barba e o bigode



Podia estar tentando voar com a gravata borboleta
ou em busca de sossego mudou-se

para a casa do botão
fechando-se para as batidas

os dedos na cabeça despenteada
deduzem se não havia escorregado
pelas calças largas – seguras por um barbante –
e entre um calo e um dedo no trabalhoso sapato
se enforcado



não há meias
e no couro sem graxa
há um furo
de onde se pode ver o mundo

Um comentário:

Unknown disse...

Surrealista de montão!!! Obrigada pela oportunidade de ler meu ídolo Salvador Dali